Num mundo de amores plastificados,
naturalizam-se sentimentos desatentos,
transformam-se amizades em meros contatos
e fazem das amizades, objetos insondáveis e isentos.
Mesmo que dispa-se a carne,
a aura dispersa a pureza do conteúdo,
o continente perde seu cerne,
e o ser desfaz o seu contorno.
Na nudez decrépita e expositiva,
busca-se a atenção, travestida de interesse,
esquece-se o valor da vida putativa
e constrói-se anteparos para, a si, proteger-se.
Devaneios, meros e incontáveis, entrelaçados,
clamor pela atenção, sinuosa e matreira,
ânsia represada pelos diques do cansaço,
no ensejo pela justa vida fagueira.
J. R. Messias
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